A força da natureza contra as mudanças climáticas

 

Car@s colegas, parceiros e clientes,

 

Ao encerrarmos mais um ano de trabalho, queremos compartilhar com vocês a nossa alegria e orgulho por tudo o que conquistamos juntos. 2023 representou um verdadeiro freio de arrumação para o mercado voluntário de carbono internacional, no qual houve uma verdadeira separação do joio do trigovisando a consolidação de projetos de carbono de alta integridade socioambiental.

Resiliência foi a palavra-chave esse ano, representando, também, uma janela de oportunidade para que possamos entrar mais fortalecidos em 2024 e continuarmos a união de esforços com o objetivo de aprimorar a integridade, qualidade, confiança e escala dos projetos de Soluções Baseadas na Natureza.

 

No Brasil, os Três Poderes se uniram com o objetivo de fortalecer a pauta de combate às mudanças climáticas e o país nunca esteve tão perto de contar com um Mercado Regulado de Carbono:

 

No âmbito do Legislativo, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei nº 2.148/2015, que cria o Mercado Regulado de Carbono no Brasil. O avanço desse projeto é um marco histórico para a descarbonização da economia brasileira e fortalece o mercado voluntário, já que haverá interoperabilidade entre os dois mecanismos. Desenvolvemos uma análise sobre o tema, que pode ser acessada por esse link.

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Também foi sancionada a Lei nº 14.590/2023, que corrige um entrave histórico na legislação nacional de Concessões Florestais, permitindo agora o desenvolvimento de projetos de carbono nessas áreas. A Biofílica Ambipar tem trabalhado ativamente com o Ministério do Meio Ambiente, com o Serviço Florestal Brasileiro, com o ICMBIO e BNDES para auxiliar na regulamentação da lei, preparando modelos de viabilidade e cenários com o objetivo de alavancar substancialmente as concessões florestais no Brasil.

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No âmbito do Executivo, a Biofílica Ambipar passou a contar com uma cadeira na Comissão Nacional para REDD+ (Conaredd+), representando o setor privado. É a primeira vez, desde a criação da Comissão, que existe representatividade do setor privado. A conquista da cadeira significa o reconhecimento da expertise técnica e do engajamento da Biofílica Ambipar na área de Soluções Baseadas na Natureza.

 

Já em nível internacional, as principais entidades e stakeholders do mercado voluntário de carbono (MVC) têm unido esforços em torno do aprimoramento da integridade, confiança e escala, refletindo numa perspectiva muito positiva em relação ao futuro desse mecanismo de financiamento climático.

 

Na COP28, que aconteceu em Dubai, participamos de diversas discussões e pudemos interagir com nossos parceiros internacionais. Vimos um consenso global sobre a importância do mercado de carbono para a descarbonização e a mitigação das mudanças climáticas. Como exemplo, citamos a fala da presidente da União Europeia, Ursula von der Leyen, sobre a importância desses mecanismos e sua ligação com a proteção de Biodiversidade. A propósito, desenvolvemos um boletim com todas as notícias sobre o MVC durante a COP 28, que pode ser acessado por este link.

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Além disso, em um anúncio histórico e com apoio da Presidência da COP28, a Science Based Targets Iniciative – SBTi, a Voluntary Carbon Markets Iniciative – VCMI, o Integrity Council for the Voluntary Market – ICVCM, GHG Protocol e a We Mean Business Coalition – WMB informaram que se reunirão para estabelecer um manual de integridade que forneça metodologias, com bases científicas, para a descarbonização de processos produtivos e a utilização de créditos de carbono voluntários para a compensação de emissões residuais de carbono. Recomendamos que assistam o seguinte vídeo, divulgado pelas entidades, explicando a urgência de financiarmos a conservação e restauração florestal.

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Já do lado da oferta de créditos de carbono, presenciamos as maiores certificadoras mundiais, como Verra, American Carbon Registry (ACR), Architecture for REDD+ Transactions (ART), Climate Action Reserve, Global Carbon Council e Gold Standard, anunciarem que se unirão para trabalhar em conjunto para estabelecer princípios comuns relacionados à quantificação, verificação e permanência de reduções e remoções de emissões de carbono em suas respectivas metodologias. A parceria tem como objetivo facilitar que cada uma dessas certificadoras esteja alinhada aos Core Carbon Principles (CCPs), conjunto de parâmetros desenvolvidos para identificar créditos de carbono voluntários de alta integridade. 

 

Além dos avanços a nível nacional e internacional do mercado voluntário de carbono, destacamos os seguintes marcos do mercado em 2023:

 

A Verra, certificadora de todos os projetos da Biofílica Ambipar, publicou uma metodologia consolidada para projetos de conservação florestal de desmatamento não planejado (REDD+ AUD).  A nova metodologia visa harmonizar as linhas de base dos projetos, criando maior segurança da integridade ambiental desses créditos de carbono.

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Após sete anos, a Ecosystem Marketplace atualizou sua análise de como atuam as empresas que compram créditos de carbono vs. as que não fazem uso dessa estratégia. O estudo, feito com mais de 7.000 empresas, identificou que, na média, as empresas que fazem parte do mercado voluntário investem três vezes mais em atividades de redução de emissões do que outras empresas. Ou seja, o estudo combate o desentendimento de que empresas que compram créditos de carbono não tem estratégias amplas de descarbonização.

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Também foi notável o envolvimento das empresas com o mercado voluntário de carbono em 2023, mesmo em um ano desafiador. De acordo com dados da Verra, o volume de créditos de carbono de projetos de conservação florestal (REDD+) aposentados em 2023 superou em 70% o volume aposentado no mesmo período do ano anterior, chegando a 46 milhões de tCO2e. Já as aposentadorias totais na Verra, considerando todos os tipos de projetos, chegaram ao patamar de 104 milhões de toneladas, mesmo volume observado no período equivalente de 2022.

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Internamente, mantivemos o nosso foco em garantir projetos de conservação e restauração florestal de alta qualidade e integridade. Com uma equipe de mais de 70 pessoas de elevado nível técnico, conduzimos 10 auditorias, desenvolvemos 6 novos projetos, consolidamos inteligência em projetos com foco em manejo sustentável do solo na agricultura e pecuária e em Blue Carbon e implementamos novos selos e certificação de co-benefícios. Além disso, inovamos no modelo de financiamento em áreas de restauração ecológica, por meio do investimento de R$ 300 milhões na restauração florestal da Mata Atlântica no âmbito do Projeto ARR Corredores de Vida, em parceria com a Biofarmacêutica Astrazeneca. Por fim, estamos cada vez mais integrados ao Grupo Ambipar aproveitando toda a sinergia e os milhares de clientes no mundo para levar soluções de descarbonização. Não poderíamos estar numa plataforma mais poderosa para atingir nossa missão.

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Todas as nossas conquistas só foram possíveis devido ao apoio e a confiança de nossos clientes e parceiros, que acreditam na necessidade de aumentar significativamente o financiamento para a conservação florestal e o reflorestamento e restauro de áreas degradadas no Brasil. 

 

Em 2024, continue contando com a Biofílica Ambipar para trabalharmos juntos por um futuro mais sustentável.

 

Em nome de toda a equipe, desejo a você um extraordinário e próspero 2024.
Um abraço, 

 


Plínio Ribeiro
Cofundador e CEO da Biofílica Ambipar

COP28: avanços e desafios no combate às mudanças climáticas

 

Entre consensos e discordâncias, o evento aguardado com grande expectativa deixou um saldo positivo, mas adiou decisões importantes.

A recente Conferência das Partes (COP28) realizada em Dubai, entre 30 de novembro e 12 de dezembro, era aguardada com grande expectativa no cenário internacional. O evento, que reúne os países membros da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, teve como objetivo discutir ações cruciais para atingir as metas do Acordo de Paris, um dos mais abrangentes planos globais para a redução das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e o enfrentamento das mudanças climáticas.

Os debates durante os dias de conferência resultaram em avanços significativos, mas também em pontos em que não foi possível alcançar consenso, adiando decisões importantes para o futuro.

 


Avanços

Inicialmente, destacamos os aspectos positivos.

A preocupação em relação à realização da COP28 em Dubai, um dos principais exportadores de petróleo e gás natural, foi atenuada com o reconhecimento, pela primeira vez na história das COPs, da necessidade de reduzir o uso de combustíveis fósseis. A comunidade científica e ambientalistas celebraram o acordo que prevê triplicar a capacidade de energia renovável global e dobrar a taxa de melhorias na eficiência energética até 2030. Além disso, houve reconhecimento da urgência em aumentar o financiamento para a mitigação e adaptação às mudanças climáticas, embora não tenha sido definido um caminho para que os países cheguem a esse objetivo.

No que diz respeito ao Mercado Voluntário de Carbono, observou-se um esforço conjunto das principais entidades e stakeholders para aprimorar a integridade, confiança e escala desse mecanismo de financiamento climático. Clique aqui para acessar o artigo que desenvolvemos especificamente sobre o tema.

 


 

Entraves

Alguns desafios foram evidenciados durante a COP28.

A expectativa de estabelecer as regras operacionais do artigo 6 do Acordo de Paris não foi completamente atendida. Essa seção do acordo trata de mecanismos de cooperação entre os países para a redução das emissões de GEE e para a mitigação dos impactos das mudanças climáticas. O não acordo resultou na postergação das definições para a COP29, no Azerbaijão

Outro ponto de preocupação foi o retrocesso em relação à utilização do carvão para a geração de energia elétrica. O texto final foi menos assertivo do que o acordado na COP26 em 2021, mencionando apenas a importância da redução do uso, mas sem estabelecer metas concretas.

 


 

Participação do Brasil

Em relação à participação do Brasil, tínhamos a oportunidade de, após muitos anos como pária ambiental, demonstrarmos nosso comprometimento com o combate às mudanças climáticas. Porém, mesmo com a maior delegação de sua história, ações como a realização de novos leilões de exploração de petróleo e a entrada na OPEP+ foram consideradas inoportunas, comprometendo a imagem do país no combate às mudanças climáticas.

Em síntese, a COP28 foi encerrada com saldo positivo. Apresentou avanços importantes, mas também revelou desafios persistentes. O evento, com sua participação recorde de mais de 90 mil pessoas, demonstrou o comprometimento global na busca por soluções diante da crise climática.

À medida que nos preparamos para a COP30 em Belém do Pará, é crucial refletirmos sobre os obstáculos enfrentados e nos concentrarmos na efetividade das ações futuras, considerando a crescente atenção internacional à preservação da Floresta Amazônica.

 


 

Aprovação do mercado de carbono regulado na Câmara dos Deputados é conquista para toda a sociedade brasileira.

🌳 EM UMA GRANDE CONQUISTA PARA A SOCIEDADE BRASILEIRA, NA NOITE DE ONTEM, A CÂMARA DOS DEPUTADOS APROVOU O PROJETO DE LEI QUE REGULAMENTA O MERCADO DE CARBONO BRASILEIRO.

 

Em um ano marcado pelo agravamento da crise climática mundial, no qual vivemos temperaturas extremas, secas em locais inéditos e enchentes trágicas, foi histórica a união que presenciamos na Câmara dos Deputados do Brasil com a aprovação do Mercado Regulado de Carbono. O projeto, que é um dos principais pilares do Plano de Transição Ecológica anunciado pelo governo, já suscitava dúvidas sobre sua possibilidade de avanço ainda em 2023, devido à expectativa frustrada de votação antes da COP28. Entretanto, na última sessão legislativa do ano, o PL 2.148/2015 foi pautado no Plenário da Câmara, obtendo 299 votos favoráveis dos 404 parlamentares presentes, ou seja, 73,76% dos nossos deputados votaram a favor desse importante mecanismo de incentivo à descarbonização.

Desde a sanção da Política Nacional de Mudanças Climáticas, em 2009, há a previsão legal no Brasil de criação de um mercado regulado de carbono. São longos 14 anos de espera, um período no qual perdemos grandes oportunidades de nos posicionarmos na vanguarda mundial como um país líder na criação de soluções inovadoras que impulsionam o crescimento econômico de maneira sustentável. Não custa lembrar que, em 2009, o ETS Europeu, primeiro mercado regulado do gênero no mundo, tinha apenas 3 anos de idade e ainda engatinhava. Hoje movimenta mais de 751 bilhões de Euros em comércio, gerando uma arrecadação de € 38 bilhões anuais para os países do bloco.

 

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Mas por que possuir um mercado regulado de carbono nacional é tão importante?

 

Primeiramente, é sempre importante ressaltar a diferença entre o Mercado Regulado e o Mercado Voluntário de Carbono. No Mercado Regulado, o Estado institui um limite de emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) no âmbito do setor produtivo, possibilitando a eventual comercialização de déficits e superávits de emissões entre si. Já o Mercado voluntário é caracterizado por um ambiente no qual pessoas, empresas e organizações neutralizam suas emissões de GEE por meio de créditos de carbono.

Segundo a regulação proposta, empresas que emitem mais de 10 mil toneladas de dióxido de carbono equivalente – CO2E1 por ano serão instadas a estabelecer um plano de monitoramento de suas emissões, desenvolvendo um relato periódico, enquanto empresas acima de 25 mil toneladas de CO2E por ano precisarão, além do relato e monitoramento, conciliar suas emissões por meio de licenças de emissões distribuídas gratuitamente ou onerosamente pelo governo. Calcula-se que há cerca de 5 mil empresas no Brasil que emitem mais de 25 mil toneladas de CO2E. Assim, o Mercado Regulado brasileiro, quando implantado, será o maior mercado de carbono da América Latina.

Em segundo lugar, ao criarmos um sistema de comércio de licenças de emissões, no qual se possibilita a transação de cotas de emissões entre empresas que ultrapassaram seus respectivos limites de GEE com empresas que conseguiram descarbonizar seus processos produtivos, possibilitamos que a precificação do carbono fomente a competitividade da indústria brasileira e sua inovação.

Como no Brasil mais de 50% das emissões de gases de efeito estufa são resultado do desmatamento, da degradação florestal e da mudança do uso do solo, a proposta de lei está sendo feliz em instituir a interoperabilidade entre os mercados voluntário e regulado, por meio da possibilidade de que empresas compensem parte de suas emissões por meio da aquisição de Certificados de Redução ou Remoção Verificada de Emissões – CRVE, que serão créditos de carbono voluntários convertidos para a comercialização no mercado regulado, após a definição, pelo Estado brasileiro, de quais certificadoras e metodologias atualmente disponíveis serão passíveis de aceitação nesse novo mercado.

 

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Falando ainda dos avanços ao mercado voluntário de carbono brasileiro, também é importante reconhecermos que a proposição aprovada pela Câmara dos Deputados estabelece importantes marcos como:

 

  • Garantia da segurança jurídica em pontos como a titularidade dos créditos, no qual foi definido que, enquanto permanecem as atuais definições para o crédito de carbono voluntário, quando um crédito de carbono se transforma em CRVE, será interpretado como “ativo mobiliário”;
  • Livre iniciativa (inclusive estatal) no desenvolvimento de projetos de geração voluntária de créditos de carbono;
  • Regras que impeçam a dupla contagem de créditos e aumentem a integridade socioambiental dos projetos;
  • Atualização da legislação tributária e de natureza jurídica de créditos voluntários;
  • Liberdade para que os estados implementem seus próprios programas jurisdicionais (de responsabilidade do poder público) de geração de carbono, ao mesmo tempo em que também há a garantia da possibilidade de que imóveis privados exerçam seu direito de propriedade ao pedir a exclusão de suas respectivas áreas de tais programas;
  • Inclusão da possibilidade de que projetos de destinação ambientalmente adequada de resíduos e reciclagem possam gerar créditos de carbono;
  • Garantia da participação das comunidades tradicionais e povos indígenas na repartição dos benefícios sociais e monetários obtidos com projetos em suas áreas. Iniciativas de ARR destinarão, no mínimo, 40% dos créditos de carbono gerados para as comunidades, enquanto projetos de REDD+ destinarão 60% desses créditos; e
  • Garantia de que assentados em projetos de reforma agrária tenham os mesmos direitos e deveres que povos indígenas e comunidades tradicionais.

 

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Já em relação a novos tópicos do mercado regulado inseridos:

 

  • Destinação de 85% dos recursos arrecadados pelo mercado regulado para o financiamento de atividades de pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico com a finalidade de promover a descarbonização das atividades produtivas;
  • Entrada de veículos automotores como fonte de emissão regulada;
  • Unidades de tratamento e destinação final ambientalmente adequada de resíduos serão consideradas a partir do seu potencial transversal de mitigação de emissões de gases de efeito estufa, não estando sujeitas aos limites de emissão de que trata a lei quando comprovadamente adotarem sistemas e tecnologias para neutralizar tais emissões; e
  • Duplo grau recursal para eventual aplicação de multas por não cumprimento da conciliação de emissões.

 

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Ressaltamos que ainda há diversos passos necessários à implementação do mercado regulado brasileiro. A principal sem dúvida será o estabelecimento das curvas de redução setoriais, etapa onde o lobby dos grandes poluidores vai se fazer mais presente. A proposição passará agora para a avaliação do Senado Federal, onde espera-se um aperfeiçoamento ainda maior de alguns dispositivos. Após a sanção, ainda haverá um período de pelo menos cinco anos para que toda a sociedade se adapte da melhor forma possível à legislação.

A Biofílica Ambipar continuará prestando o trabalho de interesse público de compartilhamento de nossa expertise técnica com o parlamento, o governo federal, os estados, a sociedade civil e, principalmente, nossos clientes engajados na descarbonização seus negócios.

 

 

 

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[1] O dióxido de carbono equivalente é uma medida métrica utilizada para comparar as emissões de vários gases de efeito estufa baseado no potencial de aquecimento global em relação ao dióxido de carbono (CO2). Por exemplo, o potencial de aquecimento global do gás metano é 21 vezes maior do que o potencial do gás carbônico (CO2). Então, dizemos que o CO2 equivalente do metano é igual a 21.

COP28 e o Mercado Voluntário de Carbono

 

Na COP28 em Dubai, as principais entidades e stakeholders do mercado voluntário de Carbono (VCM) têm unido esforços em torno do aprimoramento da integridade, confiança e escala, refletindo numa perspectiva muito positiva em relação ao futuro desse mecanismo de financiamento climático.

Do lado da oferta, vemos a cooperação de diversos standards com o objetivo de trabalhar em conjunto para que suas metodologias sejam aderentes aos Core Carbon Principles (CCPs), conjunto de parâmetros definidos pelo Integrity Council for the Voluntary Carbon Market – ICVCM para a qualificação de créditos de carbono como de alta qualidade e integridade.

Já em relação às entidades que representam os interesses ligados à demanda por créditos de carbono, vemos pela primeira vez uma integração ponta-a-ponta no processo de descarbonização com a união do Science Based Targets Iniciative – SBTi, a Voluntary Carbon Markets Iniciative – VCMI, GHG Protocol e We Mean Business Coalition com vistas a cooperar em prol da criação de uma metodologia, com base na ciência, que auxilie as empresas a descarbonizarem seus processos produtivos e utilizarem créditos de carbono na compensação de emissões residuais.

A urgência da ação climática é evidente e o VCM é uma das ferramentas com melhor custo-efetividade para acelerar a descarbonização mundial. Abaixo um apanhado os principais anúncios realizados nessa COP:

 

Organizações se unem em prol dos créditos de carbono voluntários como ferramenta de ação climática

Em um anúncio histórico e com apoio da Presidência da COP28, a Science Based Targets Iniciative – SBTi, a Voluntary Carbon Markets Iniciative – VCMI, o Integrity Council for the Voluntary Market – ICVCM, GHG Protocol e a We Mean Business Coalition – WMB informaram que se reunirão para estabelecer um manual de integridade que forneça metodologias, com bases científicas, para a descarbonização de processos produtivos e a utilização de créditos de carbono voluntários para a compensação de emissões residuais de carbono.

 

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Maiores certificadoras mundiais anunciam coalizão para aprimoramento do Mercado Voluntário

Verra, American Carbon Registry – ACR, Architecture for REDD+ Transactions – ART, Climate Action Reserve, Global Carbon Council e Gold Standard anunciaram que trabalharão em conjunto para a criação de princípios comuns relacionados à quantificação, verificação e permanência de reduções e remoções de emissões de carbono em suas respectivas metodologias. A parceria tem como objetivo facilitar que as metodologias de cada uma dessas certificadoras sejam aderentes ao Core Carbon Principles – CCPs, conjunto de parâmetros desenvolvidas pelo Integrity Council for the Voluntary Carbon Market – ICVMC, para identificar créditos de carbono voluntários de alta integridade.

 

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CFTC publica manual de comércio de contratos derivativos de créditos voluntários

A Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC), agência do governo dos Estados Unidos que regula os mercados de futuros e de opções, colocou em consulta pública a proposta de orientação para a negociação de contratos derivativos de crédito de carbono voluntário. A ação visa somar os esforços para o estabelecimento de uma padronização desses ativos, promovendo integridade, transparência e liquidez. O período de comentários estará aberto até o dia 16/02/2024.

 

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Presidente da União Europeia se pronuncia sobre a importância dos mercados de carbono

A presidente da União Europeia, Ursula von der Leyen, se pronunciou sobre a urgência do desenvolvimento de novos mercados de carbono aderentes ao Acordo de Paris, com o objetivo de combater as mudanças climáticas. Em sua fala, ressaltou a necessidade de que o mundo avance em três objetivos: auxiliar cada vez mais países a criarem seus próprios mercados regulados de carbono e que esses mercados realmente possuam ambição fomentar a redução de emissões e. além disso, a importância no fomento para que o capital privado financie o mercado voluntário de carbono, com vistas a possibilitar a continuidade de projetos que protejam a biodiversidade.

 

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Banco Mundial anuncia plano para impulsionar mercado de créditos de carbono

O Banco Mundial oficializou a criação do Forest Carbon Partnership Facility – FCPF, plano que visa auxiliar 15 países em desenvolvimento da África, America Latina e Sudeste Asiático a protegerem suas florestas, via a geração divisas por meio de créditos de carbono. O Banco, além do investimento necessário, também será responsável por atestar a integridade ambiental e social dos créditos de carbono gerados.

 

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Grupo mundial de reguladores de valores mobiliários lançam iniciativa para integridade do Mercado Voluntário

A Organização Internacional das Comissões de Valores – Iosco, colocou em consulta pública a proposta de um manual de boas práticas para promover a integridade do Mercado de Carbono Voluntário. O documento, que é voltado aos reguladores estatais e participantes do mercado, busca oferecer apoio legal a jurisdições que estabeleceram ou possam estar tentando estabelecer regulações nacionais para seus respectivos mercados voluntários de carbono.

 

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BNDES anuncia programa Arco de Restauração para restauração da Amazônia

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou o programa Arco da Restauração, que visa investir mais de R$ 1 bilhão para o restauro e reflorestamento de 60 mil quilômetros quadrados da Floresta Amazônica até 2030.

 

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Secretário Executivo da UNFCCC se pronuncia sobre mercados voluntários de carbono

Durante a mesa redonda de mercados voluntários de carbono da COP 28, o Secretário Executivo da UNFCCC, Simon Stiell afirmou que urge a necessidade de que os países acelerem os esforços no sentido de combaterem as mudanças climáticas e descarbonizarem suas economias. Nesse sentido, mercados de carbono são uma das ferramentas viáveis e que podem ser implementadas desde já e em escala. Para isso, é necessário fortalecer a credibilidade, integridade e transparência dos créditos voluntários.

 

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Climate Impact X lança novo contrato de créditos de carbono de alta qualidade

A Climate Impact X, plataforma global de comércio de crédito de carbono sediada em Singapura, anunciou que lançará um novo padrão de transação de contratos de créditos de carbono que sigam a metodologia do Core Carbon Principles (CCPs), desenvolvida pelo Integrity Council for the Voluntary Carbon Market – ICVCM. A previsão é que o primeiro contrato do tipo seja comercializado ainda em 2024.

 

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EUA e parceiros lançam programa para acelerar a Transição Energética

O Departamento de Estado dos EUA, o Bezos Earth Fund e a The Rockefeller Foundation revelaram os primeiros detalhes do Acelerador de Transição Energética – ETA, apresentado inicialmente pelo enviado climático dos EUA, John Kerry, na COP do ano passado. O ETA será lançado formalmente no início do próximo ano e permitirá que compradores do setor privado e governamental adquiram créditos de carbono gerados por meio de estratégias de transição energética. O ETA estabelecerá critérios de elegibilidade claros para compradores e vendedores, exigindo compromissos de descarbonização dos compradores com metas alinhadas ao SBTi, relatórios públicos de inventário de emissões e uso transparente dos créditos de carbono provenientes do programa.

 

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UNDP lança iniciativa para apoiar o acesso de países em desenvolvimento aos mercados de carbono

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP) lançou uma iniciativa voltada a fomentar o acesso de países em desenvolvimento aos mercados voluntário e regulado de carbono, mitigar impactos sociais e promover a integridade desses processos.

 

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Coalizão de países europeus lançam proposta para compliance das afirmações climáticas empresariais

Holanda, Alemanha, França, Espanha, Finlândia, Bélgica e Áustria lançaram proposta de recomendações visando prevenir alegações de greenwashing contra empresas. Dentre as propostas, há o reconhecimento do uso de créditos de carbono para a ação climática das companhias.

 

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Instituto Global para Estratégias Ambientais lança iniciativa para escalar o mercado privado dentro do artigo 6

O Instituto Global para Estratégias Ambientais (IGES em inglês), por meio da Parceria para Implementação do Artigo 6 do Acordo de Paris, divulgou que fará parceria com a Associação Internacional de Comércio de Emissões (IETA), visando estimular a ampliação dos mecanismos privados de mercado no âmbito do artigo 6 do Acordo de Paris.