Entenda porque o foco no Brasil é essencial para discussões a âmbito global.
Na segunda passada, o mundo voltava a sua atenção para a abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia 19 de setembro. Assim também se deu início a Climate Week de Nova Iorque (19 – 25 de setembro), uma semana com mais de 500 eventos espalhados pela cidade voltados ao tema de combate às mudanças climáticas.
Esse ano, o slogan oficial da Semana era “Getting It Done”, ou fazendo acontecer. Todo o ano, diferentes atores do setor privado, público, sociedade civil e acadêmicos são convidados a debater como a agenda climática pode passar do planejamento para a implementação. Os eventos são organizados com o foco em um ou mais temas de uma lista de dez temas oficiais, incluindo dois específicos para Natureza e Financiamento Climático.
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Destaques da semana
Entre os destaques da Climate Week, especialmente em relação a carbono, ficaram o Brazil Climate Summit e o North America Climate Summit. Ambos tinham propostas semelhantes – entender o papel do setor privado em combater as mudanças climáticas – mas um com o foco no Brasil como hub de soluções, outro com discussões mais macros em termos de possíveis caminhos positivos a serem tomados.
Na sua primeira edição, o Brazil Climate Summit tinha como objetivo “entender o papel do Brasil como um hub de soluções para o mundo”. Foram mais de 300 pessoas participando presencialmente na Universidade de Columbia entre os dias 15 e 16 de setembro, estrategicamente antes do início oficial da Climate Week, para garantir uma maior participação. O evento foi tão procurado que a lista de espera chegou a mais de 250 pessoas e todos os eventos foram transmitidos ao vivo em formato virtual.
Entre os pontos chaves discutidos no Brazil Climate Summit, destacaram-se: o foco nas Soluções Baseadas na Natureza como fonte de 30-50% dos tipos de créditos de carbono que poderão originar no Brasil, o Brasil como o país com maior potência para projetos de reflorestamento (quase 10% da potência global) e o foco em conter o desmatamento como prioridade para se atingir o Acordo de Paris, já que a maior parte das emissões brasileiras não são provenientes da sua matriz energética, que é o caso da maior parte de outros países. O reporte completo com outros destaques pode ser acessado aqui.
Já o North America Climate Summit (NACS), organizado pela International Emissions Trading Association (IETA), reuniu mais de 600 pessoas entre os dias 20 e 22 de setembro para “fazer um balanço do cenário Net Zero em evolução do mundo e apontar oportunidades de crescimento verde”.
Diferente do Brazil Climate Summit, os participantes da NACS representavam atores mais globais – estavam presentes desenvolvedores de projetos, traders e brokers de carbono, empresas que compensam ou investem em projetos de carbono e representantes de governos, como da Califórnia e Canada, que possuem mercados regulados. A programação do evento contou com mais de 30 painéis que cobriram assuntos como quais créditos devemos priorizar entre remoção ou redução (a resposta: ambos em estratégias complementares), a melhor maneira de tokenizar créditos, e como avançar a implementação do artigo 6 do Acordo de Paris.
A Biofílica foi a primeira empresa brasileira desenvolvedora de projetos de carbono a se afiliar a IETA. Ela participa ativamente das discussões no fórum, exatamente para contribuir com uma visão brasileira de desenvolvimento. Sua atuação principal é dentro do Grupo de Trabalho de Soluções Naturais Climáticas e como membra do Steering Committee do programa de Business for Partnership Market Implementation, um programa liderado pela IETA junto ao Banco Mundial.
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Pós Climate Week – rumo à COP27
Após uma semana intensa de discussões profundas, painéis dinâmicos e novos contatos, a Climate Week também representa uma prévia para a COP27. Apesar de muito mais focada na ação de agentes privados e na sociedade civil, a Climate Week já fornece pautas importantes para serem discutidas na COP27, que acontece entre os dias 6 e 18 de novembro em Sharm El Sheikh, no Egito. A expectativa é que vários dos mesmos temas discutidos essa semana serão aprofundados em novembro.
Além de acompanhar a Climate Week, a Biofílica tem acompanhado as últimas 11 COPs e viu a última COP (COP26) como importante para reconhecer principalmente o papel do setor privado em trazer financiamento e soluções inovadoras para combater as mudanças climáticas. Na Climate Week de 2022, a discussão tomou um tom ainda mais propositivo – agora que já sabemos que o setor privado tem um papel importante na agenda climática, qual é a melhor maneira de alavancar o impacto desse setor? Como podemos destravar ainda mais a escala do mercado voluntário de carbono?
A Biofílica estará presente também no Egito para conseguir responder essas perguntas, trazendo sempre o foco de soluções brasileiras, baseadas na natureza, como ponto central de qualquer solução global.