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Tecnologia ou Natureza? População mundial prefere as Soluções Baseadas na Natureza no combate às mudanças climáticas.

 

 

Pesquisa realizada pela Revista Nature Communications demonstra a preferência da população mundial pela adoção de Soluções Baseadas na Natureza com o objetivo de sequestrar Gases de Efeito Estufa (GEE) da atmosfera.

Um recente estudo publicado pela Revista Nature Communications revelou uma tendência mundial em relação às preferências do público no que diz respeito às soluções para combater as mudanças climáticas. Realizado em 22 países, tanto desenvolvidos quanto em desenvolvimento, e abrangendo diversas regiões, o estudo destaca a urgência percebida pela população em enfrentar esse desafio global. Entre os países analisados, destacam-se o Brasil, Estados Unidos, China e Alemanha.

Na pesquisa, foram apresentadas ao público consultado cinco técnicas de sequestro de carbono: reflorestamento; manejo de solos; captura Direta do Ar (DACCS, em inglês); Intemperismo Acelerado (EWR); e Bioenergia (BEECS).

Dentre as ferramentas avaliadas para capturar o CO2 presente na atmosfera, as Soluções Baseadas na Natureza, como o reflorestamento e a restauração de áreas degradadas (ARR), emergiram como as preferidas pelo público em todos os grupos de pesquisa.

Essas técnicas não apenas capturam carbono, mas também oferecem benefícios adicionais, como a preservação da biodiversidade, o desenvolvimento socioeconômico das comunidades locais e o fortalecimento da resiliência e capacidade adaptativa dos ecossistemas naturais.

Além disso, os respondentes afirmaram que outra grande vantagem das Soluções Baseadas na Natureza é que estas técnicas propiciam o fomento a educação ambiental, resultando em indivíduos que antes eram vetores de desmatamento, como alguns proprietários rurais, possam se engajar e compreender a importância do reflorestamento e a restauração de áreas degradadas para a melhoria dos ecossistemas locais e, consequentemente, se engajarem mais profundamente nas atividades de restauro.

Mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus)

 


A pesquisa também demonstrou que, nos países com presença de florestas tropicais, os participantes atrelavam os esforços de florestamento e reflorestamento à proibição ou desincentivo ao desmatamento, mesmo essa prática sendo de redução e não remoção de carbono. Ou seja, diversos participantes destacavam a importância de múltiplos sistemas de proteção florestal para a mitigação das mudanças climáticas.

Na Ambipar Environment, compartilhamos dessa visão e acreditamos que a conservação e restauração das florestas são as formas mais apropriadas para superarmos a crise mundial do clima. As árvores são nossa tecnologia mais antiga para desempenhar um papel crucial no sequestro de carbono, atuando como guardiãs do equilíbrio climático. Por meio da fotossíntese, elas absorvem dióxido de carbono da atmosfera, convertendo-o em oxigênio e armazenando o carbono em sua biomassa e no solo.

Esse processo, além de mitigar os efeitos das mudanças climáticas, reduzindo a concentração de gases de efeito estufa, também contribui para a manutenção da biodiversidade, da saúde dos ecossistemas terrestres e a manutenção do ciclo natural da água. Assim, preservar e expandir as florestas é fundamental para enfrentar os desafios climáticos globais.

É por isso que estamos desenvolvendo o Projeto ARR Corredores de Vida junto ao Instituto de Pesquisas Ecológicas – IPÊ, que visa não apenas capturar carbono, mas também restaurar ecossistemas, conservar a biodiversidade e promover o desenvolvimento socioeconômico sustentável através da geração de emprego, capacitação e empoderamento das comunidades locais.

 


Resultados do Projeto ARR Corredores de Vida

Área do Projeto ARR Corredores de Vida

Até o momento, o projeto já plantou um total impressionante de 2.688.986 mudas de mais de 100 espécies de árvores nativas da Mata Atlântica, abrangendo 1501 hectares de áreas degradadas e contribuindo significativamente para a preservação da biodiversidade em um dos biomas mais ameaçados do mundo. No monitoramento das áreas do projeto, já foram identificadas 174 espécies de árvores, 166 de aves e 27 de mamíferos.

No âmbito social, todo esse trabalho é responsável por fomentar 10 viveiros comunitários, 11 empresas de serviços restauração e duas equipes do IPÊ, gerando emprego e renda para 188 pessoas, sendo 53 mulheres e 54 jovens, fortalecendo assim as economias locais. Além disso, através de atividades de capacitação e empoderamento comunitário, o projeto beneficia indiretamente mais 492 pessoas.

Mas os números vão além. O Projeto ARR Corredores de Vida tem o potencial de sequestrar impressionantes 29 milhões de toneladas de CO2e em 50 anos, por meio da restauração de 75.000 hectares de áreas degradadas e prioritárias para conservação da paisagem do Pontal do Paranapanema, região localizada no extremo oeste do Estado de São Paulo. Além disso, o projeto promove atividades de educação ambiental, de pesquisa e desenvolvimento científico e incentiva o desenvolvimento de novas empresas locais da cadeia da restauração, contribuindo para o desenvolvimento sustentável das comunidades.

Validado pelos padrões Verified Carbon Standard (VCS) e Climate, Community and Biodiversity (CCB) da VERRA, o projeto garante sua conformidade com os rigorosos critérios dos padrões de certificação, reforçando sua credibilidade e transparência. Ao se envolver com o Projeto ARR Corredores de Vida, você não apenas se torna parte de uma iniciativa vital para o combate às mudanças climáticas, mas também contribui para a construção de um futuro mais sustentável e resiliente para todos.



Annie Groth
Head of Advocacy & Engagement
Ambipar Environment

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