Compensação de Reserva Legal: gasto ou investimento?

No Dia do Agricultor, tiramos uma das dúvidas mais frequentes e que podem influenciar na lucratividade dos produtores brasileiros. Muitas vezes vista como custo por estar vinculada a compra ou arrendamento de uma área, a Compensação de Reserva Legal tem vantagens financeiras evidentes quando comparada a outras modalidades regularização. Entenda melhor.

 

 

Ainda que divida opiniões, o Novo Código Florestal (Lei 12.651/2012) é uma lei necessária e de impacto muito positivo de diversas perspectivas, principalmente para a agropecuária. Se cumprida integralmente, riscos causados pelas mudanças climáticas e pelo desmatamento são significativamente reduzidos, como erosão dos solos e deslizamentos de terra.

 

Para tanto, os proprietários rurais devem cumprir a exigência da Reserva Legal, uma porcentagem da área do imóvel que deve ser de mata nativa. Entre as opções de regularização está a Compensação de Reserva Legal, que garante benefícios como:

  • ter a suspensão de sanções decorrentes de infrações por supressão de vegetação anterior à 22 de julho de 2008
  • regularizar a propriedade para fácil acesso ao crédito agrícola

 

Mas, afinal, regularizar por meio da CRL é gasto ou investimento?

 

Devido a compensação estar vinculada a compra ou arrendamento de uma área, é comum que seja vista como um gasto pelos interessados em regularizar seus imóveis rurais.

Mas, a realidade é que optar pela compensação é a única forma de regularização que mantém as áreas produtivas da propriedade, ou seja, o proprietário não precisa abrir mão da lucratividade.

Além disso, transformar uma área agricultável em reflorestada pode significar uma desvalorização no valor do imóvel maior que o custo de aquisição de uma área para compensação, sem contar no tempo necessário para esse processo.

Diante dessas vantagens, fica claro que compensar uma área pode sim ser igual a um investimento e mais benéfico para o proprietário.

Para efeito comparativo, no gráfico abaixo mostramos os valores médios de terra nua de uma área produtiva e o valor de adquirir uma das áreas para compensação de Reserva Legal disponível no banco de ofertas da Biofílica na mesma região.

 

 

Os valores de terra nua utilizados foram disponibilizados pelo Instituto de Economia Agrícola e são referentes ao estado de São Paulo no mês de novembro de 2019.

Os valores de Compra de área para Reserva Legal foram retirados do banco de ofertas da Biofílica, para o estado de São Paulo, bioma mata atlântica, localizada em Unidade de Conservação.

Confira em nosso boletim de ofertas áreas com valores atrativos para compensar a sua Reserva Legal e compare os ganhos de investir nessa modalidade.

 

 

Tem dúvidas? Converse com o nosso time de especialistas.

 

 

NORSUL e Biofílica: uma parceria valiosa para a proteção da ? Floresta Amazônica

Em parceria com a Biofílica, desde janeiro de 2020 a Companhia de Navegação Norsul neutraliza as emissões de toda sua frota por meio dos créditos de carbono. Neste primeiro de uma série de dois posts, entenda a relevância dessa iniciativa para a proteção às florestas e redução do desmatamento na Amazônia.

 

No Dia de Proteção às Florestas, data criada para chamar atenção e reforçar a importância de medidas que contribuem para que nossas florestas parem de ser desmatadas, damos início a uma série de duas publicações que contam mais sobre a parceria entre a Norsul e a Biofílica e como a iniciativa dessas empresas impactam na conservação da Amazônia.

A NORSUL, ciente da relevância em ser uma agente da mudança, deu início em 2020 ao seu plano de ser a primeira empresa carbono neutro no segmento de cabotagem industrial no mundo, passando a neutralizar todas as emissões CO2 de sua frota mercante.

 

 

Essa prática foi possível por meio de uma solução inédita desenhada com a Biofílica, onde são utilizados créditos de carbono provenientes dos seus projetos REDD+1 para compensar as emissões de todas as operações da empresa e a pegada de carbono de cabotagem de todos os clientes da NORSUL, que recebem certificados personalizados da solução de neutralização de carbono.

Qual a relação dessas ações com a proteção às florestas?

A importância da proteção às florestas está ligada a diversos fatores: combate às mudanças climáticas, conservação da biodiversidade, ciclo da água e regime de chuvas, formação do solo, entre outros.
Porém, manter florestas em pé envolve questões além das ambientais, contextos sociais e econômicos têm relação direta com as principais causas de desmatamento.
Essencialmente, os projetos REDD+1 tem como objetivo combater o desmatamento, mas para garantir a efetividade do processo são traçadas estratégias baseadas em incentivos financeiros e promoção do desenvolvimento sustentável, para assim tornar florestas economicamente mais atrativas que outras formas de mudança e uso da terra.

Essa metodologia tem se mostrado muito eficiente, mas para que seja possível aplicá-la, é necessário o envolvimento de empresas conscientes e engajadas nessa causa, a exemplo da Norsul, que ao comprar créditos de carbono financia as atividades de conservação dos projetos REDD+ que a Biofílica gerencia.

Para 2020, o Projeto REDD+ Vale do Jari forneceu os créditos para neutralização da frota da Norsul. Em uma região constantemente ameaçada pela atividade humana, promove a capacitação de técnicas sustentáveis de manejo e produção agroextrativista e o bem-estar das comunidades, tornando-as mantenedoras dos recursos florestais.

Os benefícios dessa parceria não param por aqui! No próximo post falaremos sobre o impacto dessas ações na prática para a Amazônia, a maior e uma das mais ameaçadas florestas do mundo.

 

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Companhia de Navegação Norsul
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Biofílica Investimentos Ambientais

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1REDD+:  Redução das Emissões provenientes de Desmatamento e da Degradação florestal, incluindo (+) a conservação dos estoques de carbono florestal, o manejo sustentável de florestas e o aumento dos estoques de carbono florestal.

 

 

NORSUL and Biofílica: a valuable partnership for the protection of the ? Amazon Rainforest – Part 1

In partnership with Biofílica since January 2020, the Companhia de Navegação Norsul neutralizes the emissions of its entire fleet through carbon credits. In this first post of a two-part series, see and understand the relevance of this initiative for protecting forests and reducing deforestation in the Amazon.

 

On Forest Protection Day, a date created to call attention and to reinforce the importance of measures that help stop our forests from being deforested, we launched a series of two publications that tell more about the partnership between Norsul and Biofílica and how the initiative of these two companies impact the conservation of the Amazon.

Norsul, aware of the importance of being a driver of change, started in 2020 its plan to be the first carbon neutral company in the industrial cabotage segment in the world, starting to neutralize all CO2 emissions of its merchant fleet.

 

 

This practice was made possible through an unprecedented solution designed with Biofílica, where carbon credits from its REDD+1 projects are used to offset emissions from the company’s entire operations and the cabotage carbon footprint of all customers of NORSUL, who receive personalized certificates of the carbon neutralization solution.

What is the relationship between these actions and the protection of forests?

The importance of protecting forests is linked to several factors: combating climate change, conserving biodiversity, protecting the water cycle and rainfall in the region, and enabling soil formation, among others.

However, keeping forests standing involves issues beyond environmental ones: social and economic contexts are directly related to the main causes of deforestation.

Essentially, REDD+1 projects aim to combat deforestation. In order to ensure the effectiveness of the process, strategies based on financial incentives and the promotion of sustainable development are clearly outlined in order to make forests economically more attractive than other forms of land use and change.

This methodology has proven to be highly efficient, but in order to be able to apply it, it is necessary to involve conscious and engaged companies in this cause. Companies like Norsul, which when buying carbon credits finances the conservation activities of REDD+ projects that Biofílica manages.

For 2020, the Jari Valley REDD+ Project provided the credits for neutralizing Norsul’s fleet. In a region constantly threatened by human activity, the project promotes the training of sustainable management techniques and agro-extractive production, as well as promoting the well-being of communities by enabling them to become maintainers of forest resources.

The benefits of this partnership do not stop here! In the next post we will talk about the impact of these actions in practice for the Amazon, the largest and one of the most threatened forests in the world.

 

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Companhia de Navegação Norsul
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Biofílica Environmental Investments

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1REDD+: Reduction of Emissions from Deforestation and Forest Degradation, including (+) the conservation of forest carbon stocks, the sustainable management of forests and the increase in forest carbon stocks.

 

 

Nova resolução do BCB facilita financiamentos para proprietários que querem regularizar Reserva Legal

Banco Central do Brasil publicou no dia 18 de junho a resolução 4.824/2020, que atualiza regras para créditos de investimentos rurais. A medida facilita financiamentos para regularização.

 

 

A resolução 4.824/2020 do Banco Central do Brasil (BCB), que entre as definições atualiza e estabelece novas normas para o Manual de Crédito Rural, foi autorizada pelo Conselho Monetário Nacional.

As alterações da medida trazem vantagens ao setor agropecuário, como verbas para financiar a regularização ambiental. Com a nova resolução, poderão ser financiados por meio do crédito ambiental custos referentes à:

 

  • Inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR).
  • Implementação das medidas previstas no Termo de Compromisso firmado pelo produtor quando há adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA).
  • Aquisição de áreas para Cotas de Reserva Ambiental (CRA).

 

Para ter acesso ao benefício, é necessário que seja definida no projeto técnico a viabilidade econômica das atividades desenvolvidas na propriedade para pagamento do crédito.

Na prática

As normas, que serão aplicadas a partir do dia 1º de julho de 2020, foram baseadas no Plano Safra 2020/2021 e são parte das medidas tomadas para lidar com os prejuízos gerados pela estiagem do último ano.

Para o produtor que deseja comercializar seu ativo, essa mudança será refletida em um aquecimento do mercado e das políticas públicas. Por isso, é importante ter os documentos da propriedade regularizados para estar preparado para o aumento da demanda.

Quer ofertar sua Reserva Legal excedente? Faça parte do banco de ofertas da Biofílica.

Para o proprietário com déficit de Reserva Legal, a resolução significa mais facilidade em adquirir áreas e resolver possíveis pendências ou Termos de Ajuste de Conduta (TAC). Com o crédito, será possível regularizar o imóvel com melhores condições comerciais, compatíveis e dentro do plano de viabilidade econômica da propriedade.

Os custos para arrendar ou comprar uma área ou uma cota variam de acordo com a modalidade, estado e bioma, no entanto todas as opções apresentam preços menores que os praticado para recomposição.

 

 

Quer saber mais sobre como solicitar o crédito rural para regularizar o seu imóvel por meio da Compensação de Reserva Legal?

 

 

Rio Preto Jacundá REDD+ Project: ASMOREX has a fundamental role for its community to overcome the pandemic

ASMOREX establishes measures to avoid the contagion and control the crisis caused by the pandemic. Awareness and information are the main resources so that the community is part of the solution.

 

Comissão ASMOREX

 

Faced with the crisis caused by the COVID-19 pandemic and in response to the increase of cases in the region of Machadinho D’Oeste (Rondônia State), the board of ASMOREX (Associação dos Moradores da RESEX Rio Preto-Jacundá (In a free translation, Association of Residents of the Extractive Reserve (RESEX) Rio Preto-Jacundá)), which is proponent of the REDD+ project of same name, established measures to avoid the contagion of the extractive community.

In order to protect the local population, the first and most important measure was to guide the residents to not accept external visits in any circumstance other than essential services. In addition, following the social distancing guidance, the community transportation to the city was suspended, being restricted to the transport of food and supplies or health emergencies.

Even with the current situation of Rondônia, up to date, none of the residents of the reserve have had any symptoms or were suspected to have contracted the virus and the extractive activities were not affected, which reflects the work made by the association. But the growing number of cases in the municipality calls the attention of the community leaders.

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“We have a concern because the number is really growing here in the urban area, and this can result in a lockdown”
says José Pinheiro, President of ASMOREX.”

 

 

 

 

 

 

Facing this scenario, raising public awareness has been the main resource so that extreme measures are not necessary, which might affect even more the local economy

In the cases of the isolated regions in the times such as those we are passing by, to engage the local communities is essential so that they may be part of the solution. Therefore, one of the roles of the REDD+ projects is the care with the residents of the regions where they operate and the support of the organizations such as ASMOREX, which provide this kind of assistance, is really important for these populations.

 

Do you want to learn more about the Rio Preto-Jacundá REDD+ Project, which besides promoting the forest
and biodiversity monitoring, also helps in the sustainable development of the extractive reserve’s community?

Projeto REDD+ Rio Preto Jacundá: ASMOREX tem papel fundamental para que comunidade supere a pandemia

ASMOREX estabelece medidas para evitar o contágio e controlar crise causada pela pandemia. Conscientização e informação são os principais recursos para que a comunidade seja parte da solução.

 

Comissão ASMOREX

 

Diante da crise causada pela pandemia de COVID-19 e em resposta ao aumento de casos na região de Machadinho D’Oeste (Rondônia), a diretoria da ASMOREX (Associação dos Moradores da RESEX Rio Preto-Jacundá), proponentes do projeto REDD+ de mesmo nome, estabeleceu medidas para evitar o contágio da comunidade extrativista.

Para proteger a população local, a primeira e mais importante providência foi orientar aos moradores não aceitar visitas externas em qualquer circunstância que não sejam serviços essenciais. Além disso, obedecendo as orientações de distanciamento social, foi suspenso o transporte comunitário à cidade, ficando restrito a condução de alimentos e suprimentos ou emergências de saúde.

Mesmo com a situação atual de Rondônia, até então, nenhum dos residentes da reserva apresentou sintoma ou suspeita de ter contraído o vírus e as atividades extrativistas não foram afetadas, um reflexo do trabalho realizado pela associação. Mas, o número crescente de casos no município chama atenção dos líderes da comunidade.

 

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“Temos uma preocupação porque o número é muito crescente aqui no município e isso pode resultar em um lockdown
diz José Pinheiro, Presidente da ASMOREX.”

 

 

 

 

 

 

Frente a esse cenário, conscientizar a população tem sido o principal recurso para que não sejam necessárias medidas extremas e que afetariam ainda mais a economia local

 Nos casos de regiões isoladas nos tempos como os que estamos passando, engajar as comunidades locais é essencial para que elas sejam parte da solução. Por isso, um dos papéis dos projetos REDD+ é o cuidado com os moradores das regiões onde atuam e o apoio das organizações como a ASMOREX, que oferecem esse tipo de assistência, é de grande importância para essas populações.

 

Quer saber mais sobre o Projeto REDD+ Rio Preto-Jacundá, que além de promover o monitoramento florestal
e da biodiversidade, auxilia no desenvolvimento sustentável da comunidade da reserva extrativista?

Oito anos do Novo Código Florestal: Por onde andamos e para onde vamos?

por Fernanda Rotta e Carolina Moro – 

Em 2020, a Lei nº 12.651, que instituiu o novo Código Florestal, completou oito anos de sua promulgação, ocorrida em 25 de maio de 2012. A lei que tramitou durante cerca de 13 anos no Congresso Nacional (Projeto de Lei nº 1.876/99), substituiu o antigo Código Florestal (Lei nº 4.771/1965) que já era alvo de diversas alterações normativas mediante extenso conjunto de Medidas Provisórias, que alteravam principalmente, dentre outros aspectos, o percentual de reserva legal exigível nos imóveis.

Outro elemento ensejador da elaboração da nova lei de proteção da vegetação nativa era a necessidade de delimitação dos marcos temporais, tendo em vista a promulgação da Lei de Crimes Ambientais em 1998 (Lei nº 9.605) e de seu regulamento em 2008 (Decreto nº 6.514) que previam como tipos criminais e infracionais, respectivamente, condutas como, por exemplo, a supressão de vegetação sem autorização, além da obrigatoriedade de averbação da Reserva Legal nas matrículas dos imóveis.

Some-se como elemento deste contexto, por fim, os elevados índices de desmatamento ilegal verificados no território nacional naquele período, além da existência de uma norma que não era respeitada, sendo necessária sua modernização.

Dessa forma, a promulgação da nova lei veio com a promessa de estabilização da regulação do tema, regularização de passivos quanto à vegetação nativa em imóveis rurais e efetivação de instrumentos capazes de promover a proteção da vegetação no país ao mesmo tempo em que viabilizaria o seu uso econômico para atividades essenciais envolvendo a produção nacional.

Interessante ver os gráficos de emissões de gases de efeito estufa por desmatamento à época da promulgação do Código Florestal, que chegou a um patamar impressionantemente reduzido. Apesar do texto final não agradar a todos, houve um processo democrático extenso, com muitos debates e ajustes, iniciando-se o novo desafio de implementar as novas regras.

 

 

Os principais legados do Novo Código

O Código trouxe para o contexto nacional, o Cadastro Ambiental Rural – CAR, instrumento de registro utilizado inicialmente nos estados do Pará e Mato Grosso, essencial para entender o contexto do território nacional, viabilizando assim, dentre outros, a tomada de decisão para implementar políticas públicas na área rural.

Além disso, uma vez mapeada a situação das propriedades rurais brasileiras, passo seguinte seria a regularização das propriedades. Isto porque, regras claras e segurança jurídica são elementos centrais para criar um ambiente saudável ao desenvolvimento dos mais diversos negócios.

Ao regularizar as propriedades, o Código permite, dentre outras possibilidades, que proprietários com passivos de reserva legal decorrentes de supressões realizadas antes de 22.07.2008, compensem suas respectivas áreas de passivo de reserva legal (art. 66, §5º, Lei nº 12.651/12) em áreas já conservadas, mantendo a floresta com todo seu potencial já existente de biodiversidade, incentivando aqueles proprietários que conservam a continuar conservando e permitindo que as produções existentes se mantenham. Outras medidas, tais como a recomposição e regeneração de tais áreas também foram abarcadas pela norma.

Ademais, o artigo 41 do Código Florestal, prevê a instituição de programa de apoio e incentivo à conservação do meio ambiente e à adoção de tecnologias e boas práticas que conciliem a produtividade agropecuária e florestal, com redução dos impactos ambientais para promoção do desenvolvimento ecologicamente sustentável.

 

Entraves na implementação do Novo Código Florestal

No entanto, ato contínuo à sua promulgação, o Código Florestal foi objeto de intensa judicialização, do que se destacam as ações quanto à constitucionalidade de diversos dispositivos junto ao Supremo Tribunal Federal – STF (ADIs nº4.901, 4.902, 4.903 e 4.937 e ADC nº 42). Mais recentemente, a possibilidade de reconhecimento de área consolidada em APP no Bioma Mata Atlântica também se tornou objeto de questionamento no STF e segue tramitando (ADI nº 6446 proposta pela Advocacia Geral da União -AGU).

Outro desafio para sua implementação decorreu das subsequentes prorrogações dos prazos para inscrição do CAR pelos proprietários e posseiros. Sem a conclusão desta etapa, não seria possível criar os alicerces para as fases seguintes, ou seja, o início dos Programas de Regularização Ambiental – PRA.

Quanto às competências destaca-se que a União traça as diretrizes gerais, por meio de suas pastas do meio ambiente e da agricultura, uma vez que o Serviço Florestal Brasileiro, atualmente, integra o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Já os Estados implementam os PRAs, podendo, inclusive, delegar poderes aos munícipios. Vale pontuar que também cabe aos Estados a fiscalização e exercício do poder de polícia quanto aos imóveis rurais.

Importante ressaltar, no entanto, que os Estados inicialmente não estavam preparados ou mesmo estruturados para entender, absorver e implantar essas regras. Quantas vezes nos deparamos realizando esclarecimentos aos agentes dos órgãos ambientais, e até mesmo oficiais de cartórios de registros de imóveis, quanto às regras e novidades trazidas pelo Código. O início não foi fácil.

 

Um olhar para o futuro

Mas aos poucos, o Código toma forma. A compensação de reserva legal por meio de doação de imóveis em unidades de conservação é regulamentada e implementada pelos órgãos federais (Instrução Normativa ICMBio nº 5/2016) e estaduais. As Cotas de Reserva Legal são regulamentadas em 2018, pelo Decreto nº 9.640. O julgamento de constitucionalidade do Código, ocorrido em 13.08.2019, estabiliza a Lei em quase sua totalidade.

A Portaria MMA nº 288, de 03 de julho de 2020, regulamenta parcialmente o artigo 41 do Código florestal, por meio do Programa de Pagamento por Serviços Ambientais federal denominado “Floresta +”, a ser utilizado como incentivo à implementação do Código Florestal.

Grande parte dos produtores rurais e pequenos proprietários passam a compreender esse complexo arcabouço legal e cada vez mais Estados estão desenvolvendo seus próprios Programas de Regularização Ambiental. Em um panorama geral, cerca de 18 Estados possuem regulamentações do PRA, estando o maior déficit de implementação concentrado na região nordeste.

O prazo para adesão ao PRA termina em 31 de dezembro de 2022, sendo condição para a adesão, a inscrição do imóvel no CAR até 31 de dezembro de 2020. O final deste ano de 2020 também é o prazo para que os Estados implementem o PRA e caso algum não consiga, o proprietário ou possuidor de imóvel rural poderá aderir ao PRA implantado pela União.

Vale ressaltar que os Estados, por meio do PRA, estabelecem os procedimentos para regularização dos passivos ambientais de Reserva Legal, Áreas de Preservação Permanente e Áreas de Uso Restrito, considerando as particularidades de cada Estado, culminando na celebração de Termo de Compromisso com o órgão ambiental, pelo qual os proprietários ou possuidores se comprometem a regularizar suas áreas conforme projeto por eles apresentado, contendo cronograma, métodos e propostas de regularização adaptadas às normas legais, e com opções que podem ser adequadas ao contexto de cada imóvel.

 

Reflexões finais

O Código Florestal é uma norma viabilizadora do desenvolvimento sustentável, uma vez que integra as regras de utilização e exploração florestal, com conservação e proteção das florestas. Congrega normas de comando e controle com políticas de incentivo para serviços ecossistêmicos, tais como regulação do clima, proteção dos recursos hídricos e da biodiversidade. Assim, ao mesmo tempo que regula o uso do solo para atividades rurais, incentiva produtores rurais, empreendedores de impacto, empresas do agronegócio e comunidades a desenvolverem atividades sustentáveis.

Por fim, na questão climática, que cada vez mais preocupa investidores, bancos, empresas e governos, além da própria sociedade, o Brasil comprometeu-se a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e, para tanto, uma de suas principais metas é o fortalecimento do cumprimento do Código Florestal.

Diante disso, e sobretudo refletindo sobre o ano de 2020 e o olhar para a construção de uma sociedade que perceba o meio ambiente como parte fundamental ao desenvolvimento de uma economia sustentável, a implementação efetiva do Código Florestal se mantém como peça fundamental para lidar com os desafios que enfrentaremos nos próximos anos.

 

 


 

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Fernanda Rotta, colunista de direito ambiental


Fernanda Rotta
é colunista de direito ambiental no blog da Biofílica, mestranda em Direito Ambiental pela Faculdade de Direito da USP, possui MBA em Gestão em Sustentabilidade pela FGV/EAESP e é sócia no Rotta e Moro Sociedade de Advogados.

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Carolina Moro é colunista de direito ambiental no blog da Biofílica, doutoranda em Ciência Ambiental pelo PROCAM/USP e é sócia no Rotta e Moro Sociedade de Advogados.

 

 

Biofílica: há 12 anos transformando a conservação de florestas num negócio sustentável

No mês de junho a Biofílica completou 12 anos!
Em comemoração, leia mais sobre a origem e o propósito por trás do nosso negócio.

 

Em 2008, nossos sócios-fundadores já enxergavam a dimensão do problema causado pelo descaso coletivo com o meio ambiente, mas também a oportunidade de se investir na conservação de florestas. Assim criamos a Biofílica Investimentos Ambientais que tem como principal objetivo a comercialização dos serviços ambientais das florestas. Um negócio inovador, lucrativo e com altíssimo impacto positivo no social e  no ambiental.

 

A inspiração do nome vem do belíssimo e cada vez mais atual livro Biophilia, de Edward O. Wilson, e quer dizer algo como “harmonia com o mundo natural” e “sentimento de conexão com a natureza”.

 

 

Leia agora uma amostra do livro Biophilia (em inglês), que deu origem ao nome da Biofílica.

Nesses 12 anos de trajetória, ficamos felizes em ver uma mudança de pensamentos e um mundo cada vez mais focado em buscar soluções sustentáveis de desenvolvimento, ao mesmo tempo que nossas atividades trazem resultados que nos deixam muito orgulhosos. Temos hoje em nosso banco de ofertas 4.7 milhões de hectares disponíveis para Compensação de Reserva Legal e nossos projetos REDD+ somam quase 1,5 milhões  de hectares de florestas conservadas e bem geridas. 

Esse progresso só é possível graças a todos os nossos clientes que fazem sua parte e se preocupam em investir em créditos de carbono que financiam a conservação de florestas como forma de neutralizar suas emissões de CO2.

Clique aqui e conheça nossos clientes

Não queremos parar por aqui! Por isso, continuamos a expandir nossas atividades para atender essa crescente demanda e seguirmos juntos no combate ao desmatamento e na conservação das florestas tropicais.

 

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Compensar ou recompor a Reserva Legal: qual o mais vantajoso?

Se o seu imóvel tem déficit de Reserva Legal, para regularizar é preciso compensar ou recompor essa área. Veja qual o mais vantajoso.

 

 

O Novo Código Florestal (Lei 12.651/2012) exige que as propriedades rurais devem manter uma área com cobertura de vegetação nativa, a Reserva Legal. De acordo com o bioma onde está localizado o imóvel, foi estabelecido um percentual mínimo de área dessa reserva, sendo eles:

 

 

Caso a propriedade rural não tenha todo esse percentual no imóvel é necessário calcular a área em déficit e escolher entre as opções de regularização da Reserva Legal. Entre elas estão a compensação e a recomposição, que são as mais comuns, e há também a regeneração da área. Vale ressaltar que estar em conformidade com a legislação garante ao proprietário benefícios, como prioridade no acesso ao crédito rural.

Quero regularizar. Qual a melhor opção?

 

  • Regeneração de Reserva Legal
    Quando viável, o produtor rural pode designar uma área de seu imóvel e interromper qualquer atividade econômica para que a mata nativa seja naturalmente regenerada.Mesmo sendo uma opção de baixo custo, é uma das menos requisitadas para regularizar imóveis rurais porque o proprietário perde área produtiva, diminuindo seu lucro, e ser um processo extenso e demorado.
  • Recomposição de Reserva Legal
    A recomposição de reserva legal é uma atividade que envolve gastos semelhantes aos custos de um plantio agrícola normal, como preparo de solo, adubação, plantio e irrigação.
  • Compensação de Reserva Legal
    A Compensação de Reserva Legal permite a regularização por meio de uma das quatro modalidades:

 

Os custos para arrendar ou comprar uma área ou uma cota variam de acordo com a modalidade, estado e bioma, no entanto todas as opções apresentam preços menores que os praticado para recomposição.

 

Falando em números:

Para efeito comparativo, veja abaixo o gráfico onde abordamos os preços apresentados pelo estudo da FGV para a recomposição e os valores para opção de compra, em que o pagamento é único e a Reserva Legal ficará perpetuamente averbada na matrícula do imóvel com déficit:

 

Confira nosso boletim de preços completo, com os valores e modalidades dos imóveis que temos disponível hoje.

Além de menores preços, a Compensação de Reserva Legal possibilita a regularização do imóvel sem perder áreas produtivas.

 

 

Converse com o nosso time de especialistas e entenda qual opção encaixa melhor na sua necessidade e demanda atual.

 

 

Rondônia usa REDD+ em estratégia de combate ao desmatamento

Entre as regiões amazônicas historicamente mais degradadas, o estado busca atrair investimentos para viabilizar ações produtivas sustentáveis junto às comunidades e agricultores locais.

Buscando soluções para lidar com a crise climática, atingir as metas propostas no Acordo de Paris e preocupados com a carência de recursos públicos suficientes para combater o desmatamento, o estado de Rondônia viu na Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+) uma estratégia prática para gerar receita e conservar florestas ao mesmo tempo.

 

 

Como explica a matéria divulgada pela Página 22, revista referência do tema sustentabilidade no Brasil, o estudo elaborado pelo Idesam que será seguido pelo estado planeja atrair investimentos para gerar recursos por meio dos mercados de carbono, uma abordagem baseada no crescimento que já vinha antes da crise e que promete voltar a crescer após a recuperação, como analisa o nosso CEO, Plínio Ribeiro.

 


 

“Por questão de caixa diante da emergência da Covid-19, os mercados deram apenas um pause, mas não desligaram o processo que mostrava tendência de aquecimento nos seis meses antes da atual crise, quanto se registrou forte aumento da demanda por créditos de carbono florestais”

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Plínio Ribeiro
CEO da Biofílica, para Página 22

 

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Rondônia tem hoje 75% de suas florestas remanescentes protegidas legalmente e os 25% restantes em terras privadas, e é uma das regiões da Amazônia historicamente mais degradadas. Mantendo-as em pé por meio dos projetos REDD+, o estudo que fundamenta a estratégia prevê que de 2016 até 2030 seja evitada a emissão de 156 milhões de toneladas de carbono e a partir dos créditos de carbono gerados sejam levantados cerca de US$ 780 milhões para o estado.

O conteúdo destaca também o trabalho de alguns projetos, como o Projeto REDD+ Rio Preto-Jacundá, uma iniciativa modelo para o estado de Rondônia que já possibilitou às comunidades locais um faturamento de R$3,5 milhões, revertidos para o seu desenvolvimento, fruto do uso sustentável da floresta e, consequentemente, dos créditos de carbono gerados e vendidos pela Biofílica para neutralizar emissões de organizações do Brasil e do mundo.

Inclusão digital: projeto ensina informática à comunidade da RESEX

Os esforços para combater as mudanças climáticas não podem parar. Invista na neutralização das emissões de CO2 da sua empresa por meio de Projetos REDD+ e contribua para conter o desmatamento da Amazônia.

 

Comece agora a fazer a diferença para o planeta e para sua empresa.